sexta-feira, 6 de julho de 2012

Fazendo as pazes com o espelho

Hoje vou compartilhar o post do blog de uma amiga e profissional que montava o meu treino na academia, a Débora Flores (link do blog). O texto é do psicólogo José Roberto.



Costumam dizer que o melhor amigo da mulher é o espelho. Discordo. Talvez seja em frente a ele com quem ela passe a maior parte de sua vida, mas nem por isso esse é um relacionamento salutar. É como aqueles casamentos neuróticos que são eternos mas nem por isso felizes. O espelho talvez seja, ao invés de melhor amigo, o maior algoz de uma mulher que não esteje bem consigo mesma.

E por que isso? Porque o ideal de beleza apregoado pela mídia escraviza as mulheres em torno de padrões inatingíveis, como a boca da Angelina Jolie, o andar da Gisele Bundchen ou o rosto da Ana Paula Arósio, tornando-as eternamente insatisfeitas com o rosto, corpo, o cabelo, tudo. A maioria delas gostaria de ser mais magra (ou um pouco mais gorda), mais alta (ou um pouco mais baixa), loira (ou talvez morena) ou ter cintura mais fina (quem sabe um pouco mais grossa). Expostas à ditadura da beleza, encaram situações constrangedoras, deprimentes, que muitas vezes resultam em profundos complexos de inferioridade. Não podemos esquecer que somos seres individuais, diferentes até na menor de nossas partículas. Nem nosso DNA é igual. Normalmente, quando a mulher se olha no espelho, não está olhando a seu próprio corpo e muito menos ainda o que existe dentro dela – onde podem residir belezas infinitas. Está sempre se comparando – à vizinha, à amiga, à gostosa da academia, ou a outro alguém qualquer, seja real ou imaginário.

Portanto, o primeiro passo para a mulher que quer se sentir bonita é mudar sua relação com o espelho. Não podemos nos esquecer que somos muito mais do que a aparência. Não adianta querer estar linda por fora, se por dentro não estamos bem. Qual mulher nunca passou pela experiência de ser elogiada mas continuar se achando horrorosa?

Ninguém fica bem-resolvido com o espelho de uma hora para outra. Mas quanto antes começar, melhor. O caminho é abrir os olhos e se amar, primeiro do jeito que você é – e depois melhorar a partir daí. Claro que não é fácil. Pesquisas feitas no mundo todo mostram que a mulher é uma eterna insatisfeita com a aparência. Até mesmo aquelas que são unanimidades no quesito beleza querem mudar uma coisinha aqui e outra ali.
Mas por trás dessa não aceitação está a baixa autoestima e, em alguns casos, a falta de amor-próprio. Se esse é o seu caso, para ajudá-la a resgatar a autoestima, encare o espelho de frente com mais tranquilidade. Pense que ele não é seu inimigo. Ele não está lá para apontar o dedo para seus defeitos, mas para te ajudar a ser melhor.

Estamos neste mundo para evoluir sempre...intelectualmente, espiritualmente e – por que não? – também fisicamente Mas você tem qualidades. Beleza não é qualidade – é acidente. Valorize suas qualidades. Identifique o que realmente importa para você e o que pode e deve ser mudado. Não lamente a suposta imperfeição. Em vez disso, veja o que pode fazer para se melhorar de forma tranquila e sadia, defina objetivos e persiga-os. Procure fazer o melhor que puder, mas sem neurose. Ser muito crítica e auto-destrutiva consigo mesma não vai ajudá-la em nada e seu espelho será sempre seu pior pesadelo. Faça dele seu amigo e ele te ajudará mais do que você pensa! Ele deixará de ser seu algoz e passará a ser seu menro, seu guia para o “eu” que você quer!



 E acompanhe também as crônicas do Zé sobre a psicologia do dia-dia no Jornal Alô Brasília, no Blog "tratamento de Choque": http://www.alo.com.br/blogs/?IdBlog=12

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